Semana Sem Carne convidou as pessoas a refletirem sobre como nossos hábitos alimentares causam impactos na nossa saúde, no planeta e nos animais
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Bolinho de jacalhau oferecido no lançamento da Semana Mundial Sem Carne, que desafiou os participantes a tirarem a carne e demais produtos de origem animal do prato por sete dias. © Tuane Fernandes / Greenpeace
Entre os dias 17 e 23 de junho, o Greenpeace, a Sociedade Vegetariana Brasileira e a Mercy for Animals promoveram a Semana Sem Carne com um pacote recheado de informações, receitas e curiosidades sobre o tema. Churrasco vegano na periferia, evento na Avenida Paulista com direito a degustação de bolinho de “jacalhau”, episódio de podcast e lives estimularam as pessoas a pensarem sobre como nossos hábitos alimentares causam impactos na nossa saúde, no planeta e nos animais.
Foi uma semana colorida, saborosa e divertida, mas também difícil. Afinal, para muita gente, deixar a carne de lado significa abrir mão de algo tão habitual quanto escovar os dentes. Por isso, parabenizamos a todas as pessoas que aceitaram o desafio de ficar sete dias longe da proteína animal.
Se você não conseguiu ir até o fim, não tem problema! O mais importante foi o fato de ter tentado. De qualquer forma, foi uma oportunidade para refletirmos sobre aquilo que colocamos em nosso prato e a necessidade de sensibilizar cada vez mais as pessoas sobre os impactos negativos da produção de proteína animal.
“A produção de pecuária e soja, que serve para fazer ração animal, é um dos principais motivos de desmatamento, e o desmatamento é a maior encrenca que a gente tem no Brasil do ponto de vista de emissão de gases do efeito estufa, que geram algo que a gente chama de mudanças climáticas ou superaquecimento global”, alerta Adriana Charoux, da campanha de Florestas do Greenpeace.
Monica Buava, gerente de campanhas da Sociedade Vegetariana Brasileira, mostra que uma dieta rica em vegetais é sinônimo de saúde. “A gente tem estudos mostrando que uma alimentação baseada em vegetais pode ser feita por qualquer pessoa, independentemente da faixa etária. Antes, a gente tinha aquela ideia de que alimentação vegana é coisa para fraco. Hoje, a gente tem esportistas, atletas de alta performance mostrando que é possível e benéfico”.
O respeito à vida de outros seres também foi debatido ao longo da Semana Sem Carne. “Nós acreditamos que você vai conseguir fazer a diferença para a vida de milhares e milhares de animais com o que você coloca no seu prato. São atitudes muito simples que a gente pratica a cada três horas, pensando e rastreando a origem dos alimentos”, diz Sandra Lopes, diretora da Mercy for Animals.
Assista ao vídeo sobre a Semana Sem Carne:
Alimentação saudável para todas as pessoas
Uma alimentação saudável deve ser direito de todos, não um privilégio de poucos. Pensando nisso, promovemos um churrasco vegano (com abobrinha, berinjela, cebola e outros legumes) em parceria com a Agência Solano Trindade, em Campo Limpo, periferia de São Paulo, abrindo as portas para todas as pessoas que desejavam descobrir novas opções de consumo de vegetais.
Alex Barcellos, produtor cultural da Agência Solano Trindade, vê com bons olhos a oportunidade de fazer um churrasco vegano para quem está acostumado a fazer apenas churrascos de carne. “É muito importante a gente trazer a oportunidade de compartilhar com as pessoas da periferia essa relação da comida e saúde. As pessoas têm o livre arbítrio de consumir o que quiserem, a gente só precisa tentar trazer uma equidade maior”, ele diz. Para Alex, falta uma reflexão sobre a relação entre ausência de comida saudável e a quantidade de açougues e farmácias que abrem na periferia.
Encontrar opções veganas fora de casa e ter tempo para cozinhar foram algumas das maiores dificuldades enfrentadas pelos nossos desafiados. Por isso, além da mudança individual, chamamos a atenção para a responsabilidade que empresas e governos têm de ampliar a oferta de produtos sem carne e derivados.
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Churrasco vegano na periferia de São Paulo mostra que um mundo criativo de sabores, sem carne, é possível © Tuane Fernandes / Greenpeace
Artistas e influenciadores desafiados
O empenho de artistas e influenciadores em participar da Semana Sem Carne também foi algo bonito de ver.
A influenciadora Sofia Menegon, por exemplo, fez publicações diárias sobre as razões pelas quais se tornou vegana e as mudanças que acontecem no meio ambiente e na saúde quando se deixa a carne de lado. Já o ator Wagner Santisteban contou sobre suas dificuldades em parar de comer carne, pois a proteína animal está presente em todos os lugares. Cecília Papi relatou que o processo era mais fácil quando estava em casa. E a atriz Maeve Jinkings, que é vegetariana, se desafiou a abandonar os ovos. Ela disse que, por conta disso, ficou mais criativa em suas refeições matinais.
E aí, que tal levar novos hábitos para os próximos dias, semanas, meses e, quem sabe, até mesmo para a vida inteira? Traga seus amigos, família e amor pra essa jornada de mudança. Assim, você ajuda a promover um mundo mais justo, sustentável e saudável para todos — começando por você.
SOBRE O(A) AUTOR(A)
Jornalista do Greenpeace Brasil em Brasília. Colabora na campanha contra agrotóxicos, é vegana e gosta de andar descalça na floresta. Começou a abraçar árvores ainda criança e não parou mais.
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